sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tarde


Mas ficou um pedacinho de todo aquele verde dentro da minha mochila.

sábado, 12 de abril de 2008

Essa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi.

Olha, e diz o que vês
das linhas do meu rosto.
Será que elas denunciam
os amores que tive, os sorrisos
que dei, as dores que sofri?
Olha, e diz o que vês
do movimento de minhas mãos.
Será que ele denuncia
a minha inquietação, os devaneios
do meu mundo, os meus traços no papel?
Olha, e diz o que vês
da pedra de meus olhos.
Será que ela diz do meu passado,
do meu agora, do meu querer?
Nota-me assim, porque do mesmo jeito
procuro em tuas linhas os teus antepassads,
e no tremer do canto de teus lábios teus sentimentos,
e no fundo do poço de teus olhos teus desejos,
e nas dobras de tuas roupas teu modo de ser.

Nota, e então deixemos o final aberto para a imaginação.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

hóspede não bem-vinda

Tudo parece bem, mas ela vem.
Com o rosto encoberto por um véu,
difarçando-se na multidão.
Seus passos que não se ouvem
se aproximam. Não noto.
Como espírito,
espreita atrás de meu ombro.
Sua respiração quente passa por minha
nuca.
Perigosamente perto.
Sua mão branca acaricia meu rosto.
As saias finas de seu vestido, ao vento,
envolvem meu corpo.
Não sinto.
Quando dou por mim, ela já se sentou confortavelmete
no meu coração.
Manhosa como um gato é
essa tal de solidão.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Escrever também exorciza demônios.
coragem pra decidir
calma pra digitar.
o suspiro aliviado daquilo que precisava de um novo lar além de um coração enfaixado
(mesmo que um lar feito por códigos binários)