quarta-feira, 29 de abril de 2009

Extravazando emoção

Emoção que transborda pelos poros.
Felicidade que transborda pelas bordas.

Dor que faz bem.
A melhor dor que se pode sentir!
A dor que se quer sentir e se quer superar.
Superação constante. Superar sempre a si mesmo.
Ir atrás, querer mais.

Dançar: essa é a minha essência.
Não há nada, nada mesmo, que me dê tal prazer.

sábado, 25 de abril de 2009

Mas num segundo as comportas se abrem e tudo volta à tona.
Uma enxurrada de lágrimas, coleção de sorrisos, coração-bateria.
Os sentimentos exalam pelos poros da pele.
Sou de novo toda sentidora.
Sou só um grande sentir!




Obrigada, meu querido Mattheus! Obrigada por me lembrar da minha essência.
Essência de palco, de sapatilha, de pele. De tanto sentir.

Sinto agora, mesmo com toda a saudade, material, aqui, o seu abraço!

domingo, 19 de abril de 2009

Socorro!
Não estou sentindo nada!
Nem medo nem calor nem fogo,
não vai dar mais pra chorar nem pra rir.
Socorro!

Alguma alma, mesmo que penada, me entregue suas penas.
Já não sinto amor nem dor.

Já não sinto nada.
Socorro!

Alguém me dê um coração, que esse já não bate nem apanha.
Por favor!

Alguma emoção pequena.
Qualquer coisa.
Qualquer coisa que se sinta!
Em tantos sentimentos deve ter algum que sirva!
Socorro!

Alguma rua que me dê sentido,
em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada.
Socorro!

Eu já não sinto nada!
Nada...

(Socorro - Cássia Eller)

sábado, 11 de abril de 2009

As Gêmeas

Piamente à missa, no canto direito do primeiro banco da igreja, sempre ali estão a mãe e as duas filhas, gêmeas.
Vi-as crescer.
Quando pequenotas, assistiam a aulas de pintura. Sempre juntas, roupas iguais, de cores diversas. Iam também à natação, de maiô, roupão colorido, chinelos.
Foram crescendo, trocaram os shorts, saias e tamanquinhos cor-de-rosa por jeans e blusas com brilhinhos. Passaram a usar batom vermelho.
Sempre miúdas e magrinhas. Longos cabelos negros. Espessos, cacheados, presos nas metades por fivelinhas brilhantes. Rostos redondos, testas altas, narizes pequenotes, bochechas fofas, bocas bem-desenhadas.
Não são lindas, mas belas. Bonecas.
Numa festa de gala, uma vez, lá estavam, meninocas ainda (13 anos?) com vestidos rodados, de mangas bufantes e laçarotes. Pareciam meninas de cinquenta anos atrás.
Estavam ontem ali, no primeiro mesmo de sempre banco da igreja, à direita, com a mãe, algo envelhecida. Lado a lado, tamanquinhos bege, jeans com pedrinhas brilhantes, blusas estampadas com rendinhas, batom vermelho. Olhar baixo, sérias, a murmurar alguma oração da vigília pascal.
Assustou-me, porém: uma delas traz agora o cabelo rubro como cobre, algo queimado. A outra, negro como sempre.
Contaram-me que estão estudando para prestar medicina. Combina. Sérias. Estudiosas devem ser.
Não daria a elas, porém, mais que 15 anos.

Nunca soube seus nomes.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ora, deixa-me quieta com a minha casmurrice!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Don´t be afraid of what they say...

...who cares what cowards think anyway?



They will understand one day

one day, one day.....

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Carcomida

Literalidade é um algo perigoso.
Verdade machuca.
Fantasiá-la machuca ainda mais.

Carcome-se a si mesma.
Edifica em aço as vigas para o teu monumento
atemporal.
Trancafia a carne.
Toca os pés no chão e,

toda,
só pele,

sente

o só

agora.