segunda-feira, 23 de março de 2009

A mesa dos amigos. (jornalistas?)

Sexta na Vila. Entre chopps, conversas, risadas e afirmações de "Aquele cara ali com certeza eu leio!" os cinco amigos, com uma natural fixação por papel e caneta, resolvem divagar nas folhas de uma agenda... um texto a dez mãos.


Epifanias vãs de pessoas embriagadas. Escuto vozes, cheiros, pele. Sinto toda a energia abatendo o meu âmago, vivo.
O calor da noite parece ter seus limites contidos na roda de amigos, no espaço da mesa.
Copos a se esvaziar. Centenas de vozes, e as vozes amigas. Sorrisos nos cantos das bocas. Ouço pandorins!
Mas que são os amigos? Que são as pessoas? Estamos interligados por algo em comum? Sim? Talvez não.... Apenas estamos aqui.
Por mais que nada seja nada. Ligações, ou não, entre nós: neste momento todos somos um, e cheios de felicidade compartilhamos este momento; em meio às vozes, copos e sentimentos.
O ambiente é propício. Existe energia transcedental que nos une? Questionamos. Existe. Conflitos aparentes são diálogos fervorosos. Pensamos. O cimento da amizade é aqui.
Estamos calmos, como se nada pudesse nos afastar da força desses momentos de encontro.
Estamos aqui. Só. E além das fronteiras dessa mesa de bar o mundo gira.

... é isso aí! Dos que acreditam em milagres que possam regenerar a alma bohemia.




Com os queridos Eduardo, Clara, Victor, e - CALMA, ELE ESTÁ CHEGANDO! - Fabrício (que às vezes dá as caras lá no Sujeitos Predicados ).

sexta-feira, 20 de março de 2009

Sobre palavras.

Rabiscos de um caderno, de algum momento perdido do, não longínquo, mas tão passado, ano de 2007.

Não quero escrever obras-primas. Não tenho idade para elas.
Muito ainda hei de viver antes de escrevê-las.
Isso tudo me cansa. Igualdade disfarçada de privilégio.
Quero um abraço de ar.
Rabiscar mil palavras que acabarão no lixo me contenta, se delas puder extrair três, dois, ou mesmo um verso que me valha.
Sete palavras. Seis. Podem mudar uma existência.
Contribuir para uma vida.
São tantas assim que me vêm à mente.
Que meus lábios repetem no silêncio sem sentido
estampado na testa.
Dormem simplesmente em meu inconsciente e pulam à boca uma hora, para embalar pensamentos esquivos.
Ou só para serem repetidas, como se elas próprias tivessem prazer em se fazer murmuradas.
Se um dia eu fizer uma frase, um verso como estes,
estarei contentada.
Para que possa embalar outros lábios que murmuram
e pensamentos que viajam.

Penetra surdamente no reino
das palavras...
(seis palavras. inesquecíveis.)


Um pouco do contexto desses versos se perdeu, pelos anos, em minha memória.
Milhares de minhas palavras ainda são rabiscadas destinadas ao lixo.
Meus lábios ainda murmuram
e os pensamentos se esquivam.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Deliciosa nostalgia.

O melhor presente de todos os tempos!
A Toca tem uma vitrola!!!!!
... acho que definitivamente não vou cansar de dizer "muitos obrigadas".
Muito obrigada, Fontes!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Regurgitofagices - parte 1

"Casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo. A mais linda, a mais amada, respeitada, cuidada... a mais bem comida. E a pessoa mais namorada do mundo e a mais casada. E a mais festas, viagens, jantares... Casa comigo que te faço a pessoa mais realizada profissionalmente. E a mais grávida e a mais mãe. E a pessoa mais primeira discussões. A pessoa mais novas brigas e as discussões de sempre. Casa comigo que te faço a pessoa mais separada do mundo. Te faço a pessoa mais solitária com um filho pra criar do mundo. A pessoa mais foi ao fundo do poço e dá a volta por cima de todas. A mais reconstruiu sua vida. A mais conheceu uma nova pessoa, a mais se apaixonou novamente... Casa comigo que te faço a pessoa mais "casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo"."
(Michel Melamed - Regurgitofagia)

"É preciso amar!
Mas sempre achamos que nosso amor é tão grande, tão forte, tão infindável, que pode passar por qualquer coisa. Que ele vai aguentar.... e por achar isso, fazemos nosso amor passar por tudo, por achar que ele vai aguentar. Acontece que não aguenta. Acontece que não é infinito, nem forjado em ferro, nem aguenta tudo, nem dura pra sempre. Amor não deve ser levado às últimas consequências. Ele não chega até lá...
Tem de ser bem cuidado. Amor é sentimento. Sentimento dos outros. Frágil.
Cuidar melhor dos amores para amar mais..."
(da peça Homemúsica, do Michel Melamed também... não necessariamente nessas palavras)

segunda-feira, 2 de março de 2009

dramas existenciais

de repente uma vontade...

de mãos dadas, pensamentos, beijinhos, cinema juntinhos, sorvete no domingo quente, namorandinhos.

ahh. que nada!
me dá logo uma breja,
uma longa conversa com as meninas
(romântica, sob as àrvores verdes e a lua bêbada),
e uma pilha de livros
que eu vou.

de cara.