sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Butoh, em toda sua doçura

Havia lido em uma resenha qualquer que Hanami - Cerejeiras em Flor, filme que participou da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, era quase melodramático. Que o filme atentava-se a detalhes já não apreciados, e até mesmo ridicularizados pela nossa sociedade moderna. Algumas pessoas no cinema chegavam a rir das "ingenuidades" do filme, mas perdoem-me, infelizes autor da resenha e pessoas que riram e desdenharam, que sou então ingênua e sentimental. Perdoa-me que a mim valem muito os detalhes, os sonhos, os sentimentos, o sentir.

Trudi, apaixonada pelo Butoh (dança-teatro moderno japonês, para os desavisados), deixa de lado seus sonhos e o gosto pela dança por sua tradicional família e seu tradicional marido. Vive feliz, mas inquieta por negar uma parte grande de si mesma. Seu marido, Rudi, só depois de sua morte é que percebe os sacrifícios que a mulher fazia, e resolve sanar sua falta, procurando finalmente conhecer o que ela tanto gostava.

Nesse procura, ele, e o público, descobrem o Butoh. Interessante que este foi apresentado como a dança das sombras, mas não das trevas. Como dança com os mortos, mas despida de sua escuridão. Quem vai ao cinema conhece um butoh doce e leve, à luz do dia, sob as cerejeiras em flor.

Quando Rudi indaga "o que é, como se dança o butoh?", são apresentados os conceitos de dança das sombras, dança do inconsciente e dança com os mortos. Mas são conceitos quase "cor-de-rosa", apresentada por Yu, doce bailarina com um "quê" de clown em suas ações e maquiagem. Fico com algum pé atrás, de esta versão doce do butoh ser apenas uma adaptação, para que a dança, tão chocante e pouco conhecida, fosse melhor aceita no filme.

Mas não posso deixar de admitir que adorei encontrar e me emocionar com o butoh, em toda sua doçura.



Ps.: confesso que não gostei das frases bobinhas usadas no trailer...
Mais sobre butoh aqui.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

- Toulouse Lautrec

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sol

O Sol entra abundante pelas janelas, pela porta. Bate nos azulejos azul-céu-claro, nos plásticos coloridos, nos tacos do chão, nas paredes brancas, no Chico. Entram ar e sons, e tudo é novo, grande, leve. Dá vontade de dançar na sala, pular as escadas, girar o corredor. Metade de dia e já é casa. Arrumo as coisas, caramujo, e já é casa.
Música, sorrisos, sinceridades e alegrias. Sinceridades. Sinceridades.
Tá tudo azul. Céu claro. E algum vermelho. Almodóvar.