uma ilusão tão viva...
estávamos juntos, todos conversando,
a pequena fazia bagunça com a válvula da descarga,
ela mostrava uma saia antiga,
ele só ouvia
e eu me preparava pra entrar no banho.
Era fim de tarde em casa de roça,
o vento soprava fraquinho,
peguei a toalha no varal, mato.
Ele pegou a pequena que fazia bagunça no banheiro -
eu ia tomar banho, oras!
Ela me ajudava a abrir o zíper do vestido nas costas.
No momento em que me virei
nada mais havia.
Só essa saudade, essa falta, o vazio...
e a cama quentinha que eu tinha de deixar.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
sábado, 20 de setembro de 2008
úmido
é chuva, é cinza, é um sorriso ausente de meus lábios
até forço, mas ele não quer vir não
é saudade, são sonhos
sonhos de futuro, sonhos que embalam,
mas que também potencializam a saudade
é solidão, solidão...
e essa distância que corta, aperta.
afogo tudo no efeito narcótico dos sonhos, da evasão, sair de mim
(e talvez algum àlcool, passos de danças loucas...)
é bom até
conseguir por um momento
loucamente acreditar que os beijos jogados pela janela vão atingir seu destino
(então uma força vinda sabe-se lá de onde me faz realmente levantar, abrir a janela e soprar beijos para o ar da noite)
e essas lágrimas que não sei por que vêm
de onde vêm
só espero, loucamente também, ouvir as batidas dos abraços na minha janela
(onde estão? onde estão?)
até forço, mas ele não quer vir não
é saudade, são sonhos
sonhos de futuro, sonhos que embalam,
mas que também potencializam a saudade
é solidão, solidão...
e essa distância que corta, aperta.
afogo tudo no efeito narcótico dos sonhos, da evasão, sair de mim
(e talvez algum àlcool, passos de danças loucas...)
é bom até
conseguir por um momento
loucamente acreditar que os beijos jogados pela janela vão atingir seu destino
(então uma força vinda sabe-se lá de onde me faz realmente levantar, abrir a janela e soprar beijos para o ar da noite)
e essas lágrimas que não sei por que vêm
de onde vêm
só espero, loucamente também, ouvir as batidas dos abraços na minha janela
(onde estão? onde estão?)
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Casa
Faz calor. Uns trinta graus. Sol. O tempo é seco. (umidade do ar cerca de 17% - mais de 140 dias sem chovar)
Quase cinco da tarde - o céu é claro, azul quase branco sobre o verde de um morro de um lado. Os pés de Macaúba se destacam entre as outras árvores. Do outro lado o Sol se esconde atrás de nuvens brancas, deixando os raios dourados passarem por suas bordas. A luz me deixa ver apenas o contorno negro da copa redonda e cheia de galhos retorcidos do grande pé de Espatódia.
Não vejo as cinzas agora, mas sei muito bem que a cana queimada me cerca por todos os lados. De vinte em vinte minutos a boca fica seca. Quero água.
Abri a porta da sala para deixar entrar uma brisa, mas o ar está parado. Somente o barulho dos carros que passam voando na rodovia.
Noite passada fiquei bastante tempo do lado de fora. Vendo a Lua e ouvindo os sons... do vento na copa das árvores, das folhas e ciscos sendo carregados pelo chão, das cigarras, da rodovia ao longe...
Minha vontade agora é deitar no chão da varanda - chão de azulejos brancos recém lavados, refrescar o corpo semi-nu.
Eu adoro esse lugar!
Quase cinco da tarde - o céu é claro, azul quase branco sobre o verde de um morro de um lado. Os pés de Macaúba se destacam entre as outras árvores. Do outro lado o Sol se esconde atrás de nuvens brancas, deixando os raios dourados passarem por suas bordas. A luz me deixa ver apenas o contorno negro da copa redonda e cheia de galhos retorcidos do grande pé de Espatódia.
Não vejo as cinzas agora, mas sei muito bem que a cana queimada me cerca por todos os lados. De vinte em vinte minutos a boca fica seca. Quero água.
Abri a porta da sala para deixar entrar uma brisa, mas o ar está parado. Somente o barulho dos carros que passam voando na rodovia.
Noite passada fiquei bastante tempo do lado de fora. Vendo a Lua e ouvindo os sons... do vento na copa das árvores, das folhas e ciscos sendo carregados pelo chão, das cigarras, da rodovia ao longe...
Minha vontade agora é deitar no chão da varanda - chão de azulejos brancos recém lavados, refrescar o corpo semi-nu.
Eu adoro esse lugar!
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