Trudi, apaixonada pelo Butoh (dança-teatro moderno japonês, para os desavisados), deixa de lado seus sonhos e o gosto pela dança por sua tradicional família e seu tradicional marido. Vive feliz, mas inquieta por negar uma parte grande de si mesma. Seu marido, Rudi, só depois de sua morte é que percebe os sacrifícios que a mulher fazia, e resolve sanar sua falta, procurando finalmente conhecer o que ela tanto gostava.
Nesse procura, ele, e o público, descobrem o Butoh. Interessante que este foi apresentado como a dança das sombras, mas não das trevas. Como dança com os mortos, mas despida de sua escuridão. Quem vai ao cinema conhece um butoh doce e leve, à luz do dia, sob as cerejeiras em flor.
Quando Rudi indaga "o que é, como se dança o butoh?", são apresentados os conceitos de dança das sombras, dança do inconsciente e dança com os mortos. Mas são conceitos quase "cor-de-rosa", apresentada por Yu, doce bailarina com um "quê" de clown em suas ações e maquiagem. Fico com algum pé atrás, de esta versão doce do butoh ser apenas uma adaptação, para que a dança, tão chocante e pouco conhecida, fosse melhor aceita no filme.
Mas não posso deixar de admitir que adorei encontrar e me emocionar com o butoh, em toda sua doçura.
Ps.: confesso que não gostei das frases bobinhas usadas no trailer...
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