sabe, de repente a inspiração me fugiu
a espontaneidade me fugiu
a excitação também me fugiu
e você fugiu de mim
sabe, é que eu fico cansada de esperar
tem essas grades que eu quero quebrar
distância que devia deixar de existir
sabe, às vezes eu fico fraca, fico boba
e essa incompatibilidade de tempo machuca
e cadê aquela nossa ligação?
sabe, é que isso me lembrou Rousseau
(é, com seu Emílio e educação)
a gente sacrificando o presente
na esperança do que tá por vir
sabe, por um nada eu sou capaz de chorar
querer perverter, querer mudar
mas é que esse hábito de sonhar
(e rimar)
tá enraizado aqui
sabe, aí eu pego as lembranças boas
e me alimento delas nos tempos ruins
esperando
esperando
esperando o dia que muda
(será que muda?)
a gente espera que sim
sabe, ah você sabe que isso machuca!
não sabe?
mas não dá pra reclamar
você sabe, não? lembra?
foi a gente (fui eu) que escolheu assim
e lá vai você, indo embora no monza ...
3.
Há 7 anos
7 comentários:
Eu me identifiquei profuuundamente com esse post... =/
"a gente sacrificando o presente
na esperança do que tá por vir"
entre sonhos e rimas, mari, vc colocou verdades de uma forma encantadora.
como sempre!
fiquei encantada com esse post, sabe?
O sonho vai, se esmaecendo no horizonte. Fica a saudade, o gosto, até a raiva fica.
Vc foi perfeita, Mari. Dá para sentir o seu coração batendo...
Ahhh. tanto quanto eu me emociono ao pensar no que me motivou a escrever essa coisas, também me emociona saber que consegui passar esses sentimentos para quem lê! Me emociona de verdade.
Esses monzas sempre voltam, liga não !
De Monza ou de ônibus , eu ainda vou te encontrar.
=**
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