domingo, 16 de setembro de 2007

Vácuo

No aconchego de metal da minha cama vazia, meu quarto imerso em sombras, músicas silenciosas que só eu ouço abafam dos ouvidos o resto das vozes do mundo. Estou deitada, encolhida em uma bolha de vácuo cheia de silêncio e música. O deserto é aqui, e o ar machuca os pulmões assim como água gelada não mata a sede. O sangue que sai da caneta macula a pureza cândida da folha virgem. A paz do isolamento confunde as imagens de felicidade ou tristeza. É ter paz no caos. É ser feliz com os olhos inchados de choro. As distâncias são quilométricas, são de semanas, meses, anos. São distâncias de silêncio e palavras perdidas, de saudades e de falta, de abraços queridos, de beijos desejados, de toques ansiados, de planos e sonhos traçados, de sonhos que se compões paisagem a paisagem na sequência de uma jenela de ônibus. Minha felicidade é feita de silêncio, de sonhos, de lágrimas, de música.

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