sexta-feira, 31 de outubro de 2008

De todo coração

material etéreo
gira nas pontas
voa, voa, leveza.

branca, bela, bailarina

mas é que ninguém vê
por detrás da brancura
suor, sangue, lágrima
(literalmente, não só
metáfora ou clichê)
fedor, inveja, superação
caminho doloroso rumo à
beleza. perfeição das
formas
solidão
paixão

branca, bela, ela voa
pula, gira, encanta

Ah, mas que encanto essa bela
branca!

terá matéria?
etérea.
branca, bela, voa
encanta.
Giselle? Coppélia?

de quê será feito, afinal, essa bela?
tintas de Degas?
acordes de Tchaikovsky?
ou movimentos de Berjat?

será de açúcar essa fada?
será ela Ana? Botafogo, Pavlova ou secretária?
leve, bela
anda nas pontas
numa poça de azul no palco.
mais parece andar no mar
no ar

brancas, belas, leves, etéreas
dedico esses versos a todas elas
que amam, que sofrem, se dedicam
para dançar
é, dedico a todas elas
que não tem coisa mais encantadora
mais bela
que bailarina a se movimentar

2 comentários:

Alice Agnelli disse...

versos de você, para você!

lindo, mari!
;)

Ana Teixeira disse...

Só quem é bailarina sabe e sente o poema.


obrigada por nos representar tão bem.

é uma poesia sentida .