quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Ao chão

De repente, então, um anjo cai ao solo, com as asas quebradas.
No pedregulho ajoelhado, traz a pele esfolada,
curvado pra frente, todo seu corpo treme, com dificuldade de respirar.
O coração ele sente bater doloridamente, não no peito, mas nas costas, e a cabeça roda
roda
O rosto, nada angelical, se cobre de lágrimas, inchado, vermelho e quente.
Levado por impulso tenta falar, mas nada inteligível se desprende de sua língua em meio à saliva excessiva.
Nas mãos trêmulas segura pedacinhos estilhaçados dalguma coisa que ele pensou talvez ser um brinquedo, ou de borracha. Tenta em vão montar o quebra-cabeças em suas mãos, mas cacos estão perdidos.
Tenta em vão remontar os quadros dos fatos, mas sua cabeça já os embaralhou em meio a tantas quadros que ele gostaria de esquecer. Parece agora, muito mais um zumbi.

Um pobre anjo jaz no chão, despedaçado, pagando caro pelos erros. Pagando caro pelo seu maior erro: não perceber, por muito grande e valioso tempo, que estava errando.

2 comentários:

Bruna disse...

E eu estou pagando...
incrível vc traduzir o que sinto!
Saudades de você Mariana!

Beijo

Mariliza Silva disse...

Ehhh até os anjos erram por amar demais!!!!

Beijão

Mariliza