segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Lágrimas vermelhas como o céu, como a Lua, empapam o esparadrapo que estrangula o peito.

Lágrimas silenciosas espremidas, num ônibus lotado de dorminhocos, no calor caótico do trânsito da capital.
Silenciosamente solitárias.
Água salgada ocular para tentar limpar imagens da memória.
Memórias não vividas de abraços apertados a tentar acalmar a dor de um peito enfaixado, justamente enfaixado, costurado com grossas fitas a apertar as costelas.
A dor psíquica quase se torna física.
Estrelas, céu, mar, pedras, passos com pressa, lágrimas, risadas, sonhos, devaneio vão, vã tentativa de esquecer a verdade.
À beira da janela tristes folhas de eucalipto balançam à brisa fétida do trânsito da capital.

3 comentários:

Bruna disse...

esse seu texto está bem vermelho cor de dor!
espere a ferida cicatrizar para desenfaixar e respirar em paz!

Lua Durand disse...

agua salgada, agua do mar.

Buda Verde disse...

salgado demais...