quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Será que era só um sonho? Só um lindo sonho de pontas?
Será que simplesmente acabou, passou, e sobrará, depois só a admiração?

Que verdade se esconde naquele grande envelope lacrado?

Espero, sem pressa. Mas com muita, muita pressa.

Espero só... e que mais posso fazer se não esperar?

2 comentários:

Alice Agnelli disse...

esperar sem pressa é um dom chamado paciência e que eu não tenho.

Unknown disse...

Mari, cara,
Na maior parte dos seus escritos há sempre uma via de mão dupla que remete, simultaneamente, a dois sentidos de interpretação. Isso é especialmente evidente nesse texto. Você, transbordando de ansiedade e espera alguma revelação sem pressa, porque, despertada de seu sonho misterioso, só te resta esperar. Nesse jogo de suspensão emocional, confluem várias ondas de ambivalência, como se você, a um só tempo, estivesse e não estivesse tomada pela ansiedade: como se, sob uma superfície de águas emocionais serenas, agitassem as ondas de um incontrolável redemoinho (só consigo expressar minha impressão nesses termos). O que está efetivamente vivo nesse eu-lírico, não é aquilo que emerge na aparência, mas, sim, aquilo que subjaz secretamente no seu íntimo.
Seu texto é, efetivamente, fugidio como um lindo sonho de pontas e, ao mesmo tempo, é impenetrável como um envelope lacrado. Ambas as imagens, não obstante, sugerem uma fragilidade renitente, algo prestes a ser desfeito. Mari, corrija-me se estiver errado, mas, (sinto sinceramente isso) parece que você celebra mais a fragilidade do mistério dos seus sentimentos (ou o devaneio do teu segredo, se assim preferir) do que a dor óbvia da angústia afetiva. Em outras palavras, é como se você amasse mais o frágil mistério do segredo do que a dor da revelação.