domingo, 11 de maio de 2008

saudade.


A luz acabou, e como não restasse mais nada a fazer no silêncio da casa, aproveitei o resto de bateria do meu computador para assistir à gravação do espetáculo O Estado das Coisas no Limite do Silêncio; a segunda apresentação desse espetáculo, e a última da qual participei.
Não tenho certeza se era emoção ou se era o frio, mas enquanto assistia, em vários momentos comecei a tremer compulsoriamente. O peso enorme das cenas e palavras se abateu sobre mim, um peso que não percebia em toda sua magnitude lá de trás das coxias, no corre-corre dos bastidores. Tive a visão de um espectador, e percebi o quanto o espetáculo é cruel, o quanto fere, pesa.
Também, em outros momentos, cheguei a chorar, mas então não tão somente pelo peso do espetáculo e suas cenas, mas por saudade. Saudade daquela vivência, daquelas pessoas, daquele momento em minha vida que, mesmo às vésperas dos vestibulares, eu dedicava toda minha alma àquele espetáculo e ao teatro. Sim, aquilo me absorvia por completo. E aliado a isso, também, aquele momento de convivência tão intensa e de pessoas queridas.... aquela amizade forte construída quase diariamente em momentos bons... e também um amor que começava, os carinhos que iam evoluindo, pouco a pouco , intimidade que passou das aulas, dos ensaios, do palco, pra vida.
Ah, mas que saudade das pessoas, saudades dos bastidores, da arrumação, de carregar quilos e quilos de cenário e figurino (quanto figurino!), arrumar todos os mínimos inúmeros detalhes, (quantas correntes pra desenrolar!) saber de tudo que ocorria, e de tantas brincadeiras, diversão de estar junto,e ter naquilo uma felicidade imensa, imensa...
Emoção imensurável, de uma vivência imensurável, saudade imensurável de tudo aquilo.
E a vontade de voltar àquele espetáculo, e a vontade de com a mão puxar da tela cada um que ia aparecendo e abraçar. Vontade de viver tudo aquilo de novo. Aquele é o meu lugar, no palco, nos bastidores, nas coxias.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nem me fale em saudade ... ano passado foi o ano que mais sofri com essa tal saudade .
Amigos indo embora , meu amor indo embora...buaaaaaaaaaaa !! =[
Agora essa saudade virou vontade de abraçar cada vez mais !

Amo vc tutuu mais tutuu do mundo

Anônimo disse...

É a Dan, tô com preguiça de logar =P
Nossa....eu mesma gostaria de assistir com calma de novo o espetáculo.
Aquela última apresentação foi a melhor de todas, sem dúvida, e depois dela não conseguimos recuperar o clima original...
Uma pena decepar todas aquelas cenas ;_;
Só temos as lembranças.

Anônimo disse...

Oi Moça....

Faz tempo que não passo aqui heim...rsrsrs

Mais estou Lendo todos os Textos desde minha ultima Visita.

PS: o Aletheia Ciclica foi Abandonado... estou com um Novo Blog, Novos Projetos, Nova Vida...

O Novo: www.palavrasvariadas.wordpress.com

Beijos

Anônimo disse...

Uau... a Mari também faz parte da blogosfera!
A gente podia conseguir as cabines do Blindness, seria legal!