domingo, 22 de junho de 2008

Desabafo. confuso, pode ser...

Já perdi as contas de quantas pessoas me disseram o quanto eu sou madura. Elas semprem dizem isso, em tom de elogio. E eu sempre aceitei também, feliz, em tom de elogio. Só que não é.
Na verdade é triste.
Olha só. Olha bem. Eu tenho só 17 anos e espinhas na cara. Eu devia ser só uma menina.
Não que eu não goste da maneira como sou agora. Gosto. Mas essa maturidade não foi por um caminho natural. Foi acelerada. Acelerada por coisas pelas quais uma menina não devia passar.
Porque é cruel. É cruel fazer alguém se tornar adulto de uma maneira mais rápida. Cruel porque é doloroso. É um caminho muito doloroso de se atravessar.
E também, quando se adianta um relógio, algo se perde. Pedaços de uma vida cronológica comum. Não pedaços que eu queira agora viver. Não combinam mais comigo. Mas é um sentimento estranho, talvez de falta, ouvir alguém contando de uma época, de um pensamento que tinham, de uma vivência que passou, e era boa. E você pensa... eu não tive uma igual. Nem parecida.

Pode soar confuso tudo isso, mas desabafos são assim mesmo. Confusos.
Eu sei que não sou a única forçada a amadurecer rápido, existem tantos mais por aí. Mas não devia ser assim.
Meninas deviam ser só meninas.

6 comentários:

Anônimo disse...

Tutuu sei como é tudo isso ... e não me pareceu nada confuso.
Bem vida a vida dos encompreendidos !!
Bem vinda a turma do Charlie Brown !

Alice Agnelli disse...

ai mari, enquanto eu lia seu desabafo me deu um aperto.
um nó na garganta.

um "por que tudo passa, assim, tão rápido?"

e fez eu lembrar de uma conversa que eu tive: uma conversa que perguntava aonde foi parar a lacuna rápida do tempo dos meu 13 até agora.

avassalador. e assustador.

(e confusa sozinha você não está: a começar pelo mundo!)

sem mais.
beijo!

Mau Exemplo disse...

Qdo nos damos conta, parece q pulamos uma fase direto p outra. É injusto, sem dúvida...
Bjussss

Bruna Vicente disse...

ah é tão assustador!Mas não és a única; eu também pedir e não vivi o que era pra mim, e sinto esse vazio, que o tempo há de curar, ou não!

Beijo

Fontes disse...

Eu sempre penso se eu realmente te conheço ou não, mari.

Acho que vou morrer sem saber, do mesmo jeito que o milagre da caneta.

Tulio Bucchioni disse...

nossa, que surpresa boa!
o seu desabafo foi tao incrivelmente sensivel que nem me pareceu que tinha sido uma "adulta" que tinha escrito!
leve como uma criança, seguro como uma adulta!
me identifiquei muito!!!
beijoooooo